Estudo revela que tintas de tatuagem podem causar câncer

Pesquisadores alertam para substâncias presentes nos pigmentos das tatuagens, que podem ser cancerígenas

No final do último mês de agosto, a Universidade de Nova Iorque publicou dados de uma pesquisa que aponta os riscos de se desenvolver câncer entre aquelas pessoas que possuem o hábito de fazer tatuagem.

A conclusão do estudo foi amplamente divulgada durante um encontro realizado pela Sociedade Americana de Câncer na cidade de Chicago, nos Estados Unidos, e a pesquisa demonstrou que o risco de aparecimento da doença está relacionada diretamente a certos tipos de pigmentos presentes na tinta utilizada para os desenhos feitos sobre a pele.

Para a realização do estudo foram analisados cerca de 60 tipos de pigmentos mais utilizados pelos tatuadores naquele continente. Um dado preliminar que se pode concluir é que a maioria destes tipos de tintas são exportadas para vários países, inclusive para o Brasil. Daí a preocupação da pesquisa, que procurou realizar uma análise bem detalhada de cada marca e quais eram os seus componentes. Além disto, as análises procuraram investigar se todos os componentes informados no rótulo do produto realmente estavam presentes na formulação vendida comercialmente,

Os resultados mostraram que várias marcas possuíam outros tipos de componentes químicos que não estavam listados na informação destinada ao consumidor na embalagem. Outra conclusão que a pesquisa mostrou, foi que mais de vinte tipos de pigmentos possuem substâncias que podem ser transformadas em subprodutos químicos mediante determinados fatores como a simples exposição à luz solar.

De acordo com os autores do estudo, os resultados demonstram que a simples presença destes tipos de substâncias resultantes destes processos de degeneração química tornam-se algo muito preocupante devido ao fato de que não se sabe ainda quais os efeitos delas no organismo.

Outro detalhe que chama a atenção no resultado do estudo, é que os produtos resultantes da decomposição dos pigmentos na pele possuem um tamanho bastante reduzido, podendo ser consideradas como nanopartículas. A análise demonstrou a presença de metabólitos menores que 100 nanômetros. Neste tamanho, elas podem atravessar facilmente a membrana celular e causar danos potencialmente graves no interior das células. Dentre estas alterações, os pesquisadores não descartam o aparecimento de cânceres.

Outra questão que pode ser debatida, com relação ao uso de determinados pigmentos nas tatuagens, é a falta de fiscalização por parte dos órgãos reguladores nos Estados Unidos. A FDA ( Foods and Drugs Administration), com atividade semelhante à Anvisa brasileira, não realiza um monitoramento mais de perto em relação à liberação desses tipos de substâncias para o uso.

Ao contrário dos norte-americanos, na Europa, o uso de alguns tipos de produtos é proibido devido aos casos de câncer já relatados neste continente. Dentre os tipos relatados, estão os de cores azuis e verdes.

Por Daniel Feitosa

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